Como tratar o ressecamento vaginal

O ressecamento vaginal é uma condição comum em todas as mulheres. A ginecologista Andressa Teixeira indica como tratar cada caso

15/10/2024

O ressecamento vaginal é uma condição que pode afetar a saúde íntima e a qualidade de vida de muitas mulheres em diferentes fases da vida. 

Embora seja mais comum durante a menopausa, também pode ocorrer em outras situações, como no pós-parto ou após tratamentos médicos. 

A ginecologista oncológica, Dra. Andressa Teixeira, nos trouxe diversos esclarecimentos sobre o assunto e principalmente, sobre como tratar essa condição para uma melhora da saúde e bem-estar feminino.

O que é o ressecamento vaginal?

Segundo a ginecologista Andressa Teixeira, o ressecamento vaginal “seria a tradução de uma atrofia genital“. Em outras palavras, isso significa que a mucosa vaginal fica mais fina e apresenta uma redução na produção da sua secreção natural.

Essa secreção está ligada diretamente pelo estímulo do hormônio estrogênio. “A nossa vagina produz uma secreção natural quando ela tem a sua mucosa íntegra ou quando ela está no seu normal, que é a fase que a gente ovula e menstrua, chamada de ‘menacme’”. 

Basicamente, o ressecamento vaginal ocorre quando existe uma baixa do hormônio estrogênio no nosso organismo. 

O que pode ocasionar o ressecamento vaginal?

O ressecamento vaginal acontece quando ocorre a baixa do hormônio estrogênio no organismo

1. Menopausa

“Que é quando a gente tem a queda natural dos nossos hormônios”, diz.

2. Pós-parto e puerpério

Dra. Andressa explica que na fase da gestação as mulheres têm uma elevação dos hormônios e, no pós-parto imediato até o período de 3 meses mais ou menos, existe a queda brusca desses hormônios.

“A gente tem a queda do hormônio estrogênio e, portanto, a mulher experimenta esses sintomas semelhantes à menopausa, do ressecamento vaginal.”

3. Tratamento de mioma ou sangramento menstrual excessivo

São situações que levam a uma menopausa induzida ou precoce, assim como no pós-parto, pode acarretar mulheres de todas as idades.

“Existem algumas medicações de tratamento de miomas ou de sangramento menstrual excessivo que levam ao bloqueio dos ovários, uma menopausa induzida transitória também pode acontecer, e são situações mais raras”, diz.

4. Tratamento oncológico

“Alguns tratamentos de câncer de colo uterino, a radioterapia, também levam a uma mudança completa do meio vaginal e da anatomia da vagina, levando ao quadro de ressecamento”, destaca a médica.

Ela também aponta que “mulheres em tratamento de câncer de mama, ovário e outros tipos de câncer, devido ao tratamento, vão ter uma menopausa induzida e precoce, e têm todos os sintomas que são muito impactantes na qualidade de vida e principalmente na vida sexual.” Já que esses quadros de tratamento pós câncer também levam ao ressecamento vaginal.

Como tratar o ressecamento vaginal?

Converse com a sua ginecologista para saber o tratamento mais indicado

O tratamento indicado vai depender da situação que cada mulher está passando naquele momento. 

“Ela deve procurar ajuda médica no momento que ela achar que esse ressecamento vaginal está impactando a qualidade de vida dela, trazendo por exemplo, quadros de coceira ou ardor ao longo do dia.”, indica Dra. Andressa.

1. Menopausa

“A mulher vai poder usar desde a reposição hormonal usual, que normalmente a gente faz por via transdérmica (através da pele) ou ela também pode usar, em conjunto ou não com essa reposição hormonal sistêmica, um creme vaginal à base de hormônio, que ajuda bastante essa restauração da saúde vaginal”, indica.

2. Tratamento oncológico

Se é o caso de um tratamento de câncer de mama, a mulher não pode fazer o uso de reposição hormonal.

“Ela vai poder usar apenas o creme vaginal à base de hormônio. A gente tem cremes vaginais à base de estrogênio que tem absorção apenas local, então isso não vai impactar nos riscos do tumor voltar no futuro. Eles têm segurança oncológica para serem utilizados.”

Para outros tipos de câncer é importante sempre conversar em conjunto com sua ginecologista e oncologista.

3. Pós-parto e puerpério

Neste caso a ginecologista indica que vai depender também da opção pessoal. “Ela vai usar apenas lubrificantes na hora da relação, esperar passar esse período de mais ou menos 3 meses, ou ela pode também fazer o uso de cremes vaginais à base de estrogênio, tudo vai depender muito da situação.”

Fazer o uso de lubrificantes é de extrema importância nessa fase. “Para que ela não tenha dor na relação. A gente está pensando no impacto que o ressecamento vaginal pode causar na sexualidade da mulher e, portanto, o uso de lubrificantes é essencial”, destaca Andressa.

O impacto do ressecamento vaginal na vida sexual da mulher

Converse com a sua ginecologista para saber o tratamento mais indicado

O impacto do ressecamento vaginal na vida sexual é bastante significativo, levando a dor durante a relação, desconforto e até à perda de interesse sexual. “Se a mulher tem uma mucosa vaginal mais fina, sensível e ressecada, ela vai ter dor na relação, o que causa um impacto negativo em sua vida sexual”, explica a ginecologista.

Ela destaca que muitas mulheres confundem a falta de libido com o desconforto causado pela dor do ressecamento. “Muitas mulheres vêm se queixando de baixa libido, quando na verdade é uma relação sexual insatisfatória e dolorosa. Com certeza, a mulher não vai buscar esse momento novamente se ele não for prazeroso”, diz.

“É de extrema importância que isso seja cuidado e tratado, porque o pilar de vida sexual é um dos pilares de qualidade de vida.” – Dra. Andressa Teixeira, ginecologista oncológica.

Se você sente qualquer mínimo desconforto na relação, é de extrema importância buscar por auxílio médico. “A gente precisa cuidar disso com muito carinho, porque isso é o pilar essencial para a qualidade de vida”, complementa a médica.

 

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