Como diagnosticar lipedema?

Você conhece alguém que tem ou desconfia que você mesma possa ter lipedema? O expert e dermatologista, Amilton Macedo, explica sobre a doença.

Você já ouviu falar em lipedema? Se nunca ouviu ou se tem dúvidas sobre essa condição, saiba que você não está sozinha. O lipedema é uma doença crônica, sendo mais comum entre o sexo feminino, e, muitas vezes é confundida com obesidade, linfedema ou retenção de líquido.

O expert e dermatologista, Amilton Macedo, esclarece diferentes dúvidas sobre essa condição. Confira:

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O que é lipedema?

O lipedema é uma doença crônica e progressiva que afeta o tecido adiposo, causando um aumento desproporcional de gordura em regiões como pernas, coxas, quadris e, às vezes, braços.

“Esse acúmulo ocorre de maneira simétrica, poupando os pés e as mãos, o que o diferencia do linfedema”, diz Dr. Amilton.

A condição é mais frequente em mulheres e pode estar associada a fatores hormonais, genéticos ou até mesmo à puberdade, gravidez ou menopausa.

Além disso, o lipedema é uma doença relativamente nova. Segundo o portal da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em 2022, mesmo ano em que foi reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição vascular crônica que atinge cerca de 12,3% das mulheres no Brasil foi a causa de 245 procedimentos cirúrgicos. 

Se você percebe acúmulo de gordura desproporcional em pernas, quadris e braços, dor ao toque e facilidade em desenvolver hematomas, fique atenta! Esses podem ser sinais de lipedema, e um diagnóstico correto é essencial para garantir a sua qualidade de vida e o seu bem-estar.

O lipedema é uma condição vascular crônica que atinge grande parte do sexo feminino

Sintomas do lipedema: como identificar?

O lipedema tem sintomas específicos que ajudam a diferenciá-lo de outras condições, como obesidade ou inchaço comum. Fique atenta aos principais sinais:

  • Aumento desproporcional de gordura nos membros inferiores – e às vezes superiores;
  • Dor e sensibilidade;
  • Sensação de peso ou inchaço;
  • Facilidade para hematomas;
  • Sensação de pele irregular ou nodular – em casos mais avançados;
  • Resistência à perda de peso;

Como diagnosticar o lipedema?

Se você se identificou com alguns ou todos os sintomas acima, é importante procurar um médico para uma avaliação detalhada.

Qual médico procurar:

Um angiologista, cirurgião vascular ou dermatologista especializado em doenças linfáticas é o profissional indicado para avaliar os sinais do lipedema.

Exames: 

O médico irá avaliar a distribuição da gordura no corpo, a sensibilidade da pele e a presença de outros sintomas característicos. Em alguns casos, exames de imagem, também podem ser solicitados para auxiliar no diagnóstico.

Lipedema e predisposição genética

O dermatologista alega que, “sim, há uma forte predisposição genética para o lipedema. Estudos indicam que cerca de 60% a 80% dos casos possuem um histórico familiar da condição, o que sugere um padrão hereditário.”

Além disso, Amilton ressalta que essa predisposição genética explica o por que de algumas mulheres desenvolverem o lipedema, mesmo mantendo um peso saudável e um estilo de vida ativo.

Tratamento e qualidade de vida

“O tratamento do lipedema tem como objetivo reduzir os sintomas, melhorar a qualidade de vida e evitar a progressão da doença. Ele pode ser dividido em duas abordagens principais: tratamento conservador (não cirúrgico) e tratamento cirúrgico”, diz o expert.

Com tudo, o melhor tratamento depende do estágio do lipedema e dos sintomas individuais. Por isso, a importância de procurar um médico.

1. Tratamento Conservador (Não Cirúrgico)

O tratamento conservador não elimina a gordura acumulada, mas ajuda a controlar os sintomas, reduzir a inflamação e melhorar a circulação. Existem diferentes alternativas dentro desse tratamento:

  • Drenagem linfática: estimula o sistema linfático, reduzindo o inchaço e melhorando a circulação.
  • Terapia compressiva: uso de meias de compressão
  • Exercícios físicos: natação, hidroginástica, pilates, yoga e outros.
  • Alimentação anti-inflamatória: evitar alimentos ultraprocessados, açúcares refinados, glúten e lactose, que podem aumentar a inflamação.
  • Terapia medicamentosa e suplementação: “bioflavonoides melhoram a circulação e reduzem o inchaço, vitaminas e antioxidantes ajudam na regeneração dos tecidos.”
  • Procedimento estético: “o laser fotona é o tratamento não cirúrgico mais atual para o tratamento do lipedema, com excelentes resultados.”

2. Tratamento Cirúrgico (Lipoaspiração para Lipedema)

“Quando o tratamento conservador não traz alívio suficiente, a cirurgia pode ser uma opção”, fala.

Neste caso, são utilizadas técnicas específicas para remover a gordura do lipedema sem danificar os vasos linfáticos. O procedimento deve ser feito por um cirurgião com experiência em lipedema.

Quanto mais cedo o lipedema for diagnosticado, maiores são as chances de controlar os sintomas e evitar complicações. Se você se identificou com os sintomas ou conhece alguém que possa estar passando por isso, não hesite em buscar ajuda médica. Cuidar da saúde é um ato de amor próprio!

- Por Nathalia Marchi