Acomodação olfativa: por que nos acostumamos com cheiros?

Entender a acomodação olfativa pode nos ajudar a apreciar melhor nossos perfumes e escolher aromas que ressoem com nossas emoções

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Você já notou que, após aplicar seu perfume favorito, o cheiro parece desaparecer após algum tempo, mesmo que outras pessoas ainda consigam senti-lo? Isso ocorre devido à acomodação olfativa, um fenômeno que todos nós já vivenciamos em algum momento.

Junto ao expert e perfumista, Fábio Navarro, por aqui te contamos como e porque esse fenômeno acontece no cérebro.

O que é a acomodação olfativa?

Tudo começa no bulbo olfatório, a área olfatória primária do cérebro, responsável por processar os cheiros. Com a exposição contínua a um cheiro, o bulbo olfativo reduz a frequência dos sinais enviados, resultando na sensação de que o cheiro desapareceu.

“Alguém já usou algum perfume e depois de um certo tempo falou assim ‘eu não sinto mais?’, ou alguém chegou perto de você e falou ‘nossa, que perfume gostoso!’ e você fala ‘mas eu não sinto’? É porque isso é uma defesa do nosso organismo”, diz Fábio.

A acomodação olfativa é uma forma de adaptação sensorial. Quando somos expostos a um cheiro constante, os neurônios olfativos diminuem a resposta ao estímulo ao longo do tempo. Isso é um mecanismo de sobrevivência que permite ao nosso cérebro se concentrar em novos cheiros que podem ser sinais de perigo ou mudanças no ambiente.

Qual a relação do olfato com uma lembrança?

Segundo estudo realizado pela biomédica Marley Dragonetti, ao considerarmos que o bulbo olfativo é parte do sistema límbico, muitos vezes chamado de cérebro emocional, o olfato desperta lembranças e respostas poderosas instantaneamente, graças ao seu íntimo acesso a amígdala (emoções) e ao hipocampo (aprendizado associativo).

A biomédica descreve no estudo que a relação entre o sistema límbico e olfativo é proporcional a memória olfativa, que por sua vez torna o odor um componente importante para os seres humanos.

“É uma parte do cérebro onde a gente registra todas as vivências emocionais. Cheiro de alguma comida gostosa, cheiro de uma viagem, cheiro da casa da avó, tudo isso está lá e a gente não controla. Você sentiu o cheiro? a memória vem!” relata o perfumista.

Como prolongar a duração do perfume?

Borrife em pontos de pulsação como pulsos, pescoço e atrás das orelhas, onde o calor do corpo ajuda a difundir o aroma. Hidratar a pele antes da aplicação do perfume também pode aumentar a fixação, pois a pele seca tende a absorver e dissipar o cheiro mais rapidamente.

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