Álcool nos perfumes: a alquimia que dá liga
O álcool nos perfumes tem diversos papéis: transportar moléculas, tornar viável a compra e carregar o aroma até a pele
23/03/2023
As suas fragrâncias favoritas não são nada mais nada menos que o resultado de uma alquimia que mescla moléculas derivadas de flores, frutas, água, óleo ou álcool. As possibilidades são diversas, mas quando se fala da presença de álcool nos perfumes, dúvidas podem aparecer e quem aparece para esclarecer elas, é o especialista Fábio Navarro.
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Qual a função do álcool nos perfumes?
O que é graduação alcoólica nos perfumes?
“Bem, a graduação alcoólica faz parte de uma fórmula”, começa Fábio. Ele explica que a presença de álcool é, nada mais nada menos, que uma fórmula matemática.
“Em toda fórmula de perfume eu tenho álcool e água – claro, falando de perfumes à base de álcool, porque existem outras bases também. Então, a hora que eu tenho, por exemplo, 20%, 15% ou 30% de essência, o restante vai ser composto por álcool e água. Por isso vocês veem números diferentes: essa matemática no final deve dar sempre 100%”.
O álcool reage melhor com alguma família olfativa?
O especialista esclarece um mito muito comum: “isso é super legal porque aqui, eu vou esclarecer um mito: todas as famílias interagem bem com o álcool”.
Mas, isso não quer dizer que não haja diferenças, especialmente tendo em consideração a qualidade da matéria-prima. “É claro que existem qualidades e qualidades de álcool. Quando a gente pensa na perfumaria nacional ou na perfumaria internacional, as grandes fabricantes trabalham com álcool mais neutro possível, então ele não vai interferir. Sendo neutro, ele não pode ter odor”.
Mas o que é o cheiro que muitas vezes dá as caras nas fragrâncias? A resposta de Fábio: “o odor que você vai sentir é das matérias-primas de cada família olfativa, já que o álcool é um veículo para ajudar a carregar essas essências, para que sejam aplicadas depois na pele”.
O álcool como veículo do aroma
Mas afinal, qual a função do álcool nos perfumes? O especialista conta que é ele quem garante muito da segurança, viabilidade financeira e transporte da fragrância.
“O álcool é um veículo. Então, eu poderia usar o óleo sozinho e colocá-lo direto na minha pele, claro. Mas, aí eu tenho restrições de quantidade e custo. Então, eu diluo ele nesse álcool, para que eu tenha esse veículo que vai transportar o aroma através da válvula, para que eu possa expandir e aplicar ele no corpo. Eu preciso desse veículo para poder respeitar várias regras de segurança que o óleo puro não poderia ser colocado”.