Colorimetria: como um profissional pode usar as cores à seu favor

A colorimetria deixou de ser uma opção e se tornou obrigatória em todo salão de cabeleireiro. Veja como este conhecimento garante melhores serviços de coloração para os seus clientes

Os brasileiros têm uma longa história com a coloração de cabelos. Nenhum outro serviço de transformação capilar apresenta tanta novidade e desperta tanto desejo nos clientes. A cada nova estação, surgem tendências, cores do momento e técnicas específicas. O bom cabeleireiro precisa acompanhar e estar preparado, pois as clientes virão com o celular na mão pedindo para fazer igual. Mas, como? É aí que entra a colorimetria.

O que é a colorimetria capilar?

É o estudo das cores: como elas reagem umas às outras, se anulam ou se complementam.Ela é uma ciência que vai muito além da criação de cosméticos: está presente na arte, no cinema, na internet, na propaganda. As cores têm impacto nas nossas sensações, emoções e ideias, por isso na criação e concepção de cada produto também se estuda chegar a uma cor específica.

O salão precisa de colorista?

Sim. O cabeleireiro precisa entender como as cores se comportam em cada cabelo para poder oferecer os serviços de coloração, como ressalta Glauco Braga, cabeleireiro e educador da Wella Professionals: “isso traz visibilidade positiva e qualitativa para a imagem do salão, além da melhora dos lucros, pois os resultados são mais assertivos, diminuindo o retrabalho”.

Quando o cabeleireiro não consegue chegar no tom prometido para o cliente, precisa corrigir a cor, o que causa uma nova leva de danos para os fios.

Quando o serviço envolve descoloração (como a maioria dos casos), essa carga de danos pode comprometer seriamente a saúde do cabelo, que vai perder a beleza da coloração mais cedo e, no pior dos casos, quebrar ainda na aplicação.

E ter clientes satisfeitas com o resultado é a reputação de um salão.

Por onde começar a aprender colorimetria?

O primeiro conceito que o cabeleireiro precisa dominar é a Estrela de Oswald, também conhecida como círculo cromático ou esfera de cores.

Essa é a bússola que vai indicar como as cores se comportam entre elas. Entender essa construção entre tons frios e quentes garante que o profissional saiba anular tons indesejados nos fios.

Quais os erros mais comuns de um cabeleireiro que não domina a colorimetria?

Não dominar a colorimetria gera 3 erros frequentes: primeiro, ele não consegue entregar a cor que prometeu para a cliente. Ela fica insatisfeita com o resultado e você arrisca perder uma cliente para sempre, além de ganhar um detrator para o salão (alguém que fala mal).

“Não alcançar o tom desejo não é nada bom, mas isto ainda pode estar combinado com trágicos verdes saturados (musgos), acinzentados (chumbados) ou escurecimentos profundos”, alerta Glauco.

No segundo, o cabeleireiro percebe o tom errado e tenta corrigir a cor antes de finalizar o trabalho. Nisso precisa adicionar mais produtos químicos aos fios, o que causa danos acumulados à fibra. Fios que já possuíam químicas anteriores, finos ou fragilizados são os mais suscetíveis à quebra.

E o terceiro é o mais leve, mas ainda pode ser evitado com o estudo da colorimetria: o desperdício de produto. A colorimetria é uma matemática. Quando o profissional entende como deve ser feita a construção de cor, sabe o quanto de cada tintura precisa misturar para chegar no tom.

Como ser um bom colorista?

Vários conhecimentos combinados compõem o know-how dos grandes coloristas. Segundo Glauco Braga, os fundamentais são:

Colorimetria: saber equilibrar e usar as cores para chegar ao resultado;

Tricologia: conhecer a estrutura do fio, formato, características de cada tipo, e composição química fazem toda a diferença para entender como a coloração vai se comportar nos fios e como criar os melhores efeitos;

Marcas:
fazer workshops sempre que possível, conhecer as tabelas de tons de cada marca e a química que compõe cada produto de coloração é fundamental para entender qual vai poder entregar o resultado que aquela cliente em específico deseja, e como extrair o melhor de cada coloração;

Colorimetria pessoal:
fundamental para entender quais tons “dão certo” para cada pessoa e conseguir conduzir às clientes a melhores resultados;

Habilidade de execução:
você pode fazer todos os cursos teóricos do mundo. Ainda assim, seus resultados vão depender de prática. Treine, faça testes em mechas, anote e analise os resultados. Só o treino constante torna o colorista experiente.

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- Por Tatiana Serebrinsky