O que saber sobre saúde íntima no verão

Convidamos uma ginecologista, para entender quais pontos podem desequilibrar a saúde íntima no verão e como soluciona-los

27/02/2024

Sol, areia e sal: a saúde íntima no verão merece uma atenção extra, para curtir a estação e o calor com tranquilidade.

Conversamos com a ginecologista Char Reginatti, para entender quais pontos devem ser levados em consideração durante o calor, para manter a saúde íntima em dia.

Como saber se minha saúde íntima está boa?

Situação bastante comum, especialmente com os longos dias na praia e na piscina: se manter com as roupas de banho úmidas por muitas horas, após um mergulho – quem nunca viveu?

No entanto, é um dos maiores pontos de alerta quando o assunto é saúde íntima no verão, já que a soma de temperatura e umidade cria um ambiente perfeito para a proliferação de bactérias, que podem levar a corrimentos.

“Evite permanecer muito tempo de biquíni ou mesmo com roupas de ginásticas molhadas de suor após a atividade física. Se possível, sempre faça higiene e troque de roupa após a prática esportiva; e nos dias de praia ou piscina, sempre leve com você um biquíni extra seco, para ser trocado após o mergulho”, alerta a ginecologista Char Reginatti.

Como deixar a parte íntima saudável?

O uso de fórmulas não tão amigas da região íntima e até um grande número de banhos, também pode contribuir para o desequilíbrio da flora vaginal. Veja o que sugere a ginecologista:

1. “Não exagere nos banhos diários, o excesso de lavagem também pode ser prejudicial, pois acabamos retirando os microrganismos que fornecem a proteção natural da nossa região íntima, à deixando exposta à infecções”;
2. “Opte sempre por sabonetes neutros ou de glicerina, pois eles contém menos substâncias potencialmente irritativas e alergênicas”;

Atente-se aos cuidados com a saúde íntima no verão e em todas as épocas do ano

O que é bom para tirar foliculite?

Com um aumento no uso de lâminas de depilação no corpo, outra questão bastante comum desse momento do ano é a foliculite.

A médica explica o que são as bolinhas: “os famosos pelos encravados, é uma condição onde os folículos pilosos inflamam. Ela surge geralmente com vermelhidão, coceira e inchaço, e podem até se formar pequenas lesões parecidas com espinhas, inclusive com pus”. 

Alguns cuidados podem ajudar a evitar o aparecimento das lesões, que podem coçar e sensibilizar regiões com bumbum, axilas e virilha. Evitar o uso de roupas apertadas sintéticas, pois não permitem a transpiração adequada; manter a pele limpa e seca, evitando com que fiquem úmidas após o banho ou mesmo pós mar ou na piscina.

Tenha cuidado também com a depilação: evite compartilhar lâminas ou outros utensílios, e sempre faça uma higiene antes e depois da depilação”, enumera a médica.

Como manter uma boa higiene da região íntima durante o verão

A ginecologista traz algumas recomendações para a região saudável, mesmo com as altas temperaturas e maior umidade.

• Temperatura da água: faça a higiene íntima usando água corrente morna, e sabonete neutro ou de glicerina. Prefira sabonetes líquidos, já que o sabonete em barra pode armazenar microrganismos;
• Evite sabonete íntimo constantemente: não use sabonete íntimo todos os dias, já que eles acabam retirando a proteção natural da região. Evite sabonetes muito perfumados pois eles podem causar alergias e irritações;
• Cuidado com excesso de limpeza: em dias quentes, a higiene íntima pode ser realizada mais de uma vez ao dia, mas cuidado com o excesso de limpeza. A vulva e a vagina são moradias de diversos microrganismos que vivem em equilíbrio e fazem bem para nossa saúde e, ao lavar a região em excesso, acabamos retirando essa barreira natural que nos protege; 
• A roupa íntima mais indicada é de algodão: tecidos sintéticos impedem a transpiração e criam condições para proliferação de fungos e bactérias. Sempre que possível utilize roupas mais confortáveis, como saias ou calças que não apertam. Também é importante passar algum tempo sem roupa íntima, como na hora de dormir, por exemplo;
• A depilação não é obrigatória: a depilação da vulva é uma opção individual de cada mulher e não deve ser obrigatória ou baseada em padrões sociais. A presença de pêlos, desde que seja feita higiene adequada, não compromete a saúde íntima ou impede a realização de exames médicos;