Pode usar ácido na pele todo dia? Respostas aqui

Os ácidos podem esfoliar, hidratar e melhorar a textura da pele, mas o uso diário desse tipo de produto requer atenção e alguns cuidados!

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Os ácidos são conhecidos por seu poder transformador na pele, mas surge uma dúvida frequente: é seguro usar ácido na pele todo dia? Vamos explorar as evidências científicas, os tipos de ácidos mais comuns e as recomendações dos dermatologistas para um uso seguro e eficaz.

Pode usar ácido na pele todo dia? Respostas aqui

Dermatologistas recomendam cautela ao usar ácidos diariamente. A tolerância da pele a esses ingredientes pode variar dependendo do tipo de ácido, da concentração e do tipo de pele. Um estudo publicado no Journal of Cosmetic Dermatology ressalta que o uso diário de ácidos alfa-hidroxi (AHAs) deve ser feito com monitoramento para evitar irritação e sensibilização da pele.

Tipos de pele e tolerância aos ácidos

  • Pele sensível: deve evitar o uso diário de ácidos fortes como o glicólico ou o lático, preferindo formulações suaves ou produtos de uso intermitente;
  • Pele equilibrada, mista e oleosa: pode tolerar melhor ácidos como o salicílico, desde que não ultrapassem alta concentração;
  • Pele seca: beneficia-se do uso diário de ácido hialurônico, mas deve usar AHAs, com moderação para evitar ressecamento excessivo.

Como introduzir ácidos na rotina de skincare?

Introduza gradualmente na sua rotina, começando com a aplicação somente de 1 a 2 vezes por semana e aumentando conforme a tolerância da pele. Isso ajuda a minimizar a irritação e permite que a pele se adapte ao novo produto na rotina de cuidados.

Converse com a sua dermatologista e veja quais ácidos você pode usar e se é necessário para o caso da sua pele. Independente do ácido que for aplicar na pele, não esqueça: o uso do protetor solar é indispensável!

Q&A: 5 necessidades da pele 5 ácidos para cada uma

Conversamos com a expert e dermatologista, Valéria Marcondes, sobre qual ácido usar em cada necessidade da pele. Confira todas as dicas:

1. De que maneira o ácido salicílico age na desinflamação da acne e diminuição da vermelhidão?

Segundo a expert, o ácido salicílico é um beta-hidroxiácido que melhora a aparência da pele fotoenvelhecida, como a redução de rugas finas, regulariza a oleosidade da pele e apresenta ação anti-inflamatória, além de melhorar a textura, já que atua como esfoliante. Também diminui a hiperqueratinização, atua no controle da glândula sebácea, diminui a proliferação bacteriana e o processo inflamatório local.

Hoje no mercado de skincare encontramos derivados do ácido salicílico que apresentam menor irritação cutânea. Indicado por exemplo em loções anti-acne e produtos de barbear, sendo concentrado usualmente a partir de 1%.

2. Sabemos que o ácido hialurônico atua da hidratação: mas como funciona o efeito preenchedor, a partir da aplicação tópica?

“O ácido hialurônico tópico não é reticulado – que não precisa ser injetado -, e, por isso, é facilmente absorvido. Foi usado primeiramente como um veículo para o fornecimento de outros medicamentos para a pele, particularmente útil para a liberação sustentada e entrega localizada, por passar através da pele por transporte ativo”, diz Valéria.

Com isso, a dermatologista explica que o significado do ácido hialurônico na retenção de água na derme veio à luz. O ácido hialurônico tópico tornou-se um cosmético no seu próprio direito, aumentando a retenção de água da derme e assim, sendo comercializado como um agente de preenchimento para a pele.

3. O ácido glicólico age em linhas e rugas: todos os tipos de pele podem fazer uso dele? Peles negras devem tomar algum cuidado específico?

“Geralmente utilizado de 5% a 10% nos cosméticos, é estudado em combinação com outros agentes. Ele diminui o pigmento por vários mecanismos, incluindo a esfoliação do estrato córneo, aumentando a epidermólise, dispensando a melanina na camada basal da epiderme”, explica. 

Uma leve irritação pode ocorrer dependendo da sensibilidade da pele de quem usar, podendo ser utilizado com cuidado nas hiperpigmentações pós inflamatórias que ocorrem na pele negra.

4. De que maneira o ácido mandélico age sobre manchas solares e melasmas?

“O ácido mandélico é um derivado da hidrólise de um extrato de amêndoas amargas. É considerado um dos AHA’ S de maior peso molecular, favorecendo um efeito uniforme. Na hiperpigmentação, o produto atua na inibição da síntese da melanina e na melanina já depositada na superfície da epiderme, ajudando a promover uma eficaz remoção dos pigmentos hipercrômicos”, fala a expert. 

Dra. Valéria indica que na concentração de 20% em pH 2 a 3, conseguimos um peeling de ação superficial à mediana, podendo ser aplicado nas peles de tipo I a IV, com intervalos de 10 a 20 dias, com, no mínimo quatro aplicações.

5. Como a esfoliação do ácido láctico ajuda a melhorar a textura e a luminosidade da pele?

“O ácido lático faz parte de um grupo de substâncias utilizadas como peeling. São compostos derivados do leite (ácido lático), frutas cítricas (ácido maleico e cítrico), uva (ácido tartárico) e cana-de-açúcar (ácido glicólico). Mas também podem ser de origem sintética. Diferenciam-se pelo tamanho da molécula, sendo o ácido glicólico menor e, portanto, com maior poder de penetração na pele”, diz a dermatologista. 

Esses ácidos são eficientes no tratamento de rugas, desidratação, espessamento e pigmentação irregular da pele.

Ácidos para incluir na rotina de skincare

- Por Nathalia Marchi